terça-feira, 26 de maio de 2009

Enquanto Isso...

Na cidade de Petrópolis, em meio ao frio e as aulas que duram o dia inteiro, ouço as perolas ditas pelos colegas de classe:

ALUNO 1 – O médico que se formou em 3 meses
Aula de Anatomia, o “little teacher” expressa sua opinião, e interrompe meu devaneio pelos neurônios sensitivos muito loucos que emitem prolongamentos para dois lados diferentes. Estava com o pensamento no meio da “dança do ventre - indiana” realizada pelas sobrecarregadas células.
A opinião do “teacher carro velho” não é digna de nota, mas após expressa-la ouvi um ruído a minha esquerda.
- Eu mesmo sou capaz de diagnosticar uma morte encefálica.
Um tanto incrédula, resolvi conferir o que tinha ouvido. Voltei-me para trás e perguntei:
- Se você estiver em frente a um paciente, hoje, você se senti capaz de dizer com certeza se ele tem ou não uma morte encefálica?
Estiquei bem o pescoço, tentando colocar o ouvido bem perto para me acertar da resposta.
- Sim, me considero capaz de diagnosticar uma morte encefálica.
- Porra, você é o cara! Deixei escapar sem querer.
Voltei-me para frente, pensei novamente no esforço dos neurônios e sonhei com o dia em que serei um Mestre Jedi.

ALUNO 2: A Legista
Estávamos sendo bombardeados por uma infinidade de prefixos. Tentava me desviar do Pare-, da Anes-, da Hiper-, do Hipo-, do Mono-, do Tetra-, mas a Plegia me alcançou. O Ictérico professor despejava sobre nossos ombros as cores e os seus nomes técnicos. Só a pupila e suas variações tomaram cerca de meia hora da fala. Até que um rubor apareceu em sua face, então desafiou a turma:
- Como saber se um paciente esta morto?
Diagnóstico de morte por Valery: Em caso de dúvida se o morto esta morto mesmo, você mete um Beliscão, se reagir Viva, se não Enterre!
Simples assim!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

OTTO LOEWI (Parte II)

O arrebatador de ovelhas “Pastor Marcus” merece um capitulo a parte em meio a toda Biofísica, porém a pré-matura convivência só me permite questionar:
- Terá ele um cão pastor para nos guiar?
Também não entendo muito do assunto de pastoreio, o pouco que sei aprendi no cinema com a Lassie e Baby “o porquinho camarada”: - Vai carneiro ovelha... Blá, blá, blá. E também em casa com um Pastor Alemão com o qual convivo há quase 10 anos.
Mas, falando em Pastor e em Alemão...

OTTO LOEWI (Parte II)
Empolgado com a comprovação cientifica da citação poética, nosso adorado alemão continuou sua diversão com os coraçõezinhos dos finados sapinhos.
Ergueu sua pinça ao alto, como quem ergue uma espada, observou por alguns segundos e escolheu a parte do coração com a qual continuaria se entretendo madrugada adentro. Pinçou o Nervo Vago de um dos corações e o estimulou.
Fico me perguntando: Como? Deve ter dado um choque daqueles, ainda bem que os sapinhos já estavam no Brejo do Céu.
Loewi fiçou eufórico ao notar que o pobre órgão foi parando de bater. Não satisfeito com apenas um, estendeu seu experimento ao outro, enfiou um cano ligando os dois corações e eletrocutou o nervo vago do primeiro, momentos depois o segundo coração também foi parando de bater. Efeito que causou taquicardia no coração do próprio Otto.
Nesse momento, o alemão já imaginava a explicação para o acontecido. Inclusive já sabia até o nome da solução da questão.
- Gute Idee!
Pensou ele relacionando a macabra experiência e seu efeito sobre os corações dos sapinhos com a ação de uma substância. Modesto, (característica incomum aos alemães) resolveu intitular a Solução por um nome genérico, porém pomposo: Vagusstoff.

Mas a saga do nosso cientista estava apenas começando...
Eram tempos de guerra, Hitler subia ao poder e colocava em prática algumas idéias de superioridade da raça pura ariana. O exercito do terceiro Reich avançava. E judeus como o Loewi, mesmo que danados de inteligentes e “malvados” tiveram seu destino traçado pelo Führer. Nosso querido professor universitário prevendo o que estava por vir, colocou uns casacos na mala, pegou mulher e filhos e se mandou para os EUA.
No novo mundo ganhou um prêmio Nobel, perambulou pelas ruas de New York, fez mais algumas coisinhas e morreu!
Nesse momento não poderia supor que décadas depois estaria entre um dos póstumos teóricos proféticos do Livro Genesis da Biofisica do “Pastor Marcus” que continua em frente, conduzindo sua “igreja invisível”.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

OTTO LOEWI (Parte I)

Em Petrópolis... Entre uma aula e outra, uma matéria e outra, um professor e outro, eis que surge “O Pastor Marcus e sua Igreja Invisível”. Com o Pastor vem uma leva de nomes póstumos, mais nome de teóricos que os nomes contidos no velho testamento bíblico. É morto alemão, francês, inglês, americano, indiano, iraquiano, morto de tudo que é lugar, e que antes de morrer resolveu deixar uma teoria pra gente que estuda como doido quebrar a cabeça tentando entender. Assim, começo com um póstumo alemão.

OTTO LOEWI (Parte I)
O entediado Loewi, cansado da mesmice farmacológica de 12 anos trabalhando com o antigo Sistema Nervoso Vegetativo. Em um dia de verão na Áustria, com um calor escaldante de -5ºC, levantou do seu sofá onde tomava sol pra ver se pegava um bronze, e resolveu que iria encher o saco dos estudantes de Graz:
- Gute Idee!
Como não tinha nada mais interessante para fazer foi ser professor universitário. Já andava meio lesado pelos efeitos colaterais de ser um farmacêutico...
Certa noite dormia tranqüilo e sereno quando acordou assustado, arregalou os olhos, acabara de ter uma visão:
- Gute Idee!
Em plena madrugada correu para o laboratório temendo esquecer a grande idéia enviada pelo sonho. Nervoso e empolgado resolveu se distrair matando alguns sapinhos.
O perturbado alemão retirou com meticulosidade o coração de dois inofensivos bichinhos que, até dias atrás brincavam felizes na lagoa.
Sem se preocupar com os restos mortais daquelas pequenas criaturas, pegou a parte do corpo que lhe interessava e deu inicio ao seu experimento.
Passavam das 3 da madrugada, mas o Judeu não tinha medo do trabalho e continuou sua saga.
Colocou os coraçõezinhos em uma solução fisiológica em temperatura próxima a temperatura do corpo do sapinho, enganando os pobres órgãos que continuaram a bater.
Comprovou cientificamente o que o Francês Pascal no século XVII já afirmava: “O coração tem razões que a própria razão desconhece”.
Pois é, mesmo sem o cérebro, a razão, o danado continuava funcionando.

PS: continua... Continua quando eu tiver um tempo pra estudar seriamente a matéria novamente!!! =)